Da periferia vimos todos nós. Porque afinal o epicentro não nos passa pela vista. É tudo uma questão de política. E tem tanto de aborrecida como de compulsiva. E ela come e tem sempre mais fome. Qual seria a etiqueta para este tema? Uma hiperligação permanente de dependência. Uma forma de localização de todos nós numa árvore genealógica que começa onde? Uma análise antropológica que parece ter tanto de inocente como de ignorante. E tudo vai dar à mão de Deus. Como aquela história onde um homem e uma mulher foram deportados por incumprimento de regras. Até o paraíso as tinha? Daí que o raciocínio nos leva sempre ao mesmo ponto: será que o homem alguma vez terá maturidade para viver sem imposições exteriores? É preciso saber gerir recursos, é preciso gerir afectos, é preciso gerir espaços e individualidades. Uma gestão que nesses moldes teria de partir de cada um. Pois, volta-se ao início, a ganância, o poder e a fome material. E um profundo desacreditar que o homem seja capaz de contrariar a sua natureza animal. Então aqui passa-se à educação. E regressamos à regra. Se abordarmos a educação que respeita o ritmo e o potencial de cada criança, caímos na questão da estrutura e da necessidade dela para nos conhecermos. Pelas abas do meu berço, eu sinto o meu colo. Pelos braços da minha mãe eu sinto que sou amado. Se sou amado aprendo a amar. Se...e não, nasço e sou. Em parte do que trago dentro de mim, em parte do que recebo daqui. Da periferia vimos todos nós. Mas no epicentro, deste ponto de vista, estamos nós. Mas é tudo uma questão de política. É ela que hoje nos condiciona o futuro. É ela que escolhe, que decide e que não assume essa responsabilidade. Se eu dissesse: hoje sou o que me foi permitido ser aqui. Estaria a ser realista ou demasiado dependente? Só encontro uma saída neste labirinto suicida...vejo uma porta que tem escrito: planta onde ainda ninguém plantou,cuida como ninguém cuidou e continua como ninguém continuou. Mas que Panaceia tão bonita, numa terra onde a política colhe o que tu plantas e continua a colher em nome de todos. Mas é uma porta, não deixa de o ser. E é a única que continuo a ver. Seja aqui ou em qualquer outro lugar. Talvez o problema não seja do homem mas sim do homem político. E assim, a educação do homem político resolveria e mudaria todo este labirinto. Mas quem gere esta educação senão outro homem político? Todas as respostas trazem novas perguntas. É o castigo de quem insiste em pensar. Cada um que se agarre à sua panaceia, de colo precisamos todos nós!