Tal como os artifíces terrenos
o animal sem alma descola de uma folha de papiro
onde não existe doença ou desfalecer
ágil dissonância de vigor e torpor
o desperdício na beleza de jejuar a energia cósmica
a mão pata tinha excertos de nitidez besta
atada de números rasgos em pedaços de processos
e passos que nunca serão os mesmos
a arte comum dos utopianos desterrados
e todos os pontos são fosso desguarnecido
o meu corpo...ultra marino varão
três estômagos e bravos braços de lavra
o alívio dos sem bússola e mais além
alheio da orgânica pobreza carbónica
comparo cilos cerebrais a propriedade abolida
decretam leis para desfardar a tirania dos filósofos
e o espírito..o espírito perverso e errado veste todos do avesso
veio o vazio e a pilhagem de tudo o que coubesse no bolso
o texto engole horas e dores sublimadas
interpreto o céu como o terror mais duro
estreito roleta de ciclos interrompidos
o príncipe das trevas do agora
o sol é um trono e a lua aurora
a paz dos antigos na lombada de uma cartilha de fomes
a vida é pequena pequeníssima
para que cada crepúsculo seja igual a si mesmo
serve de manto á loucura corrupta da idade
a memória armazém de inutilidade
às horas, às horas do fastio
do trabalho servil de ungentos mecânicos
livre de terra o vaso da noite
que se atira a semente com um laço muito forte
ao parágrafo mais longo e mais lento
do bem estar..solta-se uma folha sem querer
para o acelerador
e no exercício vencido dos vocábulos embuscados
o vento envolve na roda da espiral
foram banhados de fervor de um deus qualquer
faltava a tarefa da história vivida
e o tempo punição para imprimir o último dia
porque é que tudo acaba na morte?
não para o homem que persegue a imortalidade
não sabia se era o homem que perseguia a fera
ou a fera que perseguia o homem
mas nesse ciclo doentio de persecutória sensação e mesmo emoção
perdeu todos os últimos dias da sua vida