domingo, 21 de novembro de 2010

Bairro Quatro - Letra Santiago

ignorância é uma escolha / que só nos asfixia
o poema dia-a-dia / tão vazio como 1 bolha

rebenta curiosidade / já não cabe no peito
uma bala no esqueleto / apontada ao intelecto

um bisturi a crescer /é esperança a arder
soldados de chumbo / largados no fim do mundo

assuntos vulgares / bocas sujas de rábulas
debitados com cábulas / enrolados em artificios

comício vadio / palavra com frio
boca com fome / saliva de pobre

macacos sem rabo / castrados pelo ócio
coração em lítico/ histórias de suicídio

altruísmo em extinsão / diluído e oferercido
companhas de ocasião / ingestão por negação

sombras de homens / que não têm rosto
guerras de ódios / que não têm olhos

é vulgar, não toca / não nos atravessa a pele
imunidade industrial / produto conversão humana

até quando               / atravessar na transparência
a decadência que rodeia / ser imune a esta cadeia?

cinzento HUMANO / castanho PRODUTO
preto RESULTADO / vermelho DANIFICADO

contra e abaixo / esta paleta de pobreza
recria inventa / muda o teu planeta

                      II


respira sem metrónomo / sê livre sem batuta
por seres escuta activa/ tu tens vida própria

esquece códigos impostos / decisao espontanea
produto sem classificação /linearidade arbitraria

explora todas as arestas / de todas as vertentes
segue as correntes / de todos os sentidos


o corpo tem muitas formas / todas elas perfeitas
não perguntes ao espelho / se estás velho porco e feio

acordar é desafio / chegar ao fim  vitoria
se alcançares memória / já fizeste história

apaixona te por ti / ama a vida que escolheste
atitude é tudo / para atingir futuro

não deixes que te pisem / não sejas ignorado
apanha o teu lugar / não está reservado

não TENTES  planear / cada passo obsessivo
não precisas de duvidar / cada passo neurótico

não TENTES falsificar / pLANOS psicóticOs
NÃO te deixes enganar / CAMINHAS atras dos outros

sabemos falar de ser / mesmo sem saber
se é fonética ou poesia/ cada um que decida

uma sílaba tão pequena / cabe em qualquer peito
 despe qualquer corpo / em qualquer ponto do globo

CADA UM AO SEU RITMO/ ESCUTA O BATER DO TEU RELÓGIO
CADA PONTEIRO BATE CERTO / SE FOR BOMBADO NA MEDIDA CERTA


                           III
                     
o que é que faz falta? / olha á tua volta
tanta coisa está errada / e não dás por nada

só olhas para O ESPELHO / puro egoísmo
quando estás aflito /  pedes então auxílio

sonolência apática /  choro sem lágrima
se não se queixa / não procura resposta

tacto trocado / por teclados de plástico
segredos gravados / no lugar de adquiridos

poemas egoístas / que não têm filhos
original capaz de sismo / ruptura e abismo

holofotes metirosos / fodes te sem propósito
causa e método  / como uma casa com tecto

de que é que estás à espera/estagnado  de nada
de que é que precisas / de um pouco de tudo

nem sempre temos rumo /faz bem estar confuso
baralhado, perdido / ser disparate, mal entendido

nao tens k ser tudo akilo k esperam de ti
mas a fasquia negativa é derrota à partida

SOM
tic tac corrector assassino
o tempo sublinha o teu destino

tac tic em contra relógio
caneta teimosa assina a história

AVANÇA, ESCUTA / tu nao estas perdido, o tempo ajuda a encontrar caminho
ESCUTA, AVANÇA /atrasa ou acerta, procura a resposta na medida certa