ignorância é uma escolha / que só nos asfixia
o poema dia-a-dia / tão vazio como 1 bolha
rebenta curiosidade / já não cabe no peito
uma bala no esqueleto / apontada ao intelecto
um bisturi a crescer /é esperança a arder
soldados de chumbo / largados no fim do mundo
assuntos vulgares / bocas sujas de rábulas
debitados com cábulas / enrolados em artificios
comício vadio / palavra com frio
boca com fome / saliva de pobre
macacos sem rabo / castrados pelo ócio
coração em lítico/ histórias de suicídio
altruísmo em extinsão / diluído e oferercido
companhas de ocasião / ingestão por negação
sombras de homens / que não têm rosto
guerras de ódios / que não têm olhos
é vulgar, não toca / não nos atravessa a pele
imunidade industrial / produto conversão humana
até quando / atravessar na transparência
a decadência que rodeia / ser imune a esta cadeia?
cinzento HUMANO / castanho PRODUTO
preto RESULTADO / vermelho DANIFICADO
contra e abaixo / esta paleta de pobreza
recria inventa / muda o teu planeta
II
respira sem metrónomo / sê livre sem batuta
por seres escuta activa/ tu tens vida própria
esquece códigos impostos / decisao espontanea
produto sem classificação /linearidade arbitraria
explora todas as arestas / de todas as vertentes
segue as correntes / de todos os sentidos
o corpo tem muitas formas / todas elas perfeitas
não perguntes ao espelho / se estás velho porco e feio
acordar é desafio / chegar ao fim vitoria
se alcançares memória / já fizeste história
apaixona te por ti / ama a vida que escolheste
atitude é tudo / para atingir futuro
não deixes que te pisem / não sejas ignorado
apanha o teu lugar / não está reservado
não TENTES planear / cada passo obsessivo
não precisas de duvidar / cada passo neurótico
não TENTES falsificar / pLANOS psicóticOs
NÃO te deixes enganar / CAMINHAS atras dos outros
sabemos falar de ser / mesmo sem saber
se é fonética ou poesia/ cada um que decida
uma sílaba tão pequena / cabe em qualquer peito
despe qualquer corpo / em qualquer ponto do globo
CADA UM AO SEU RITMO/ ESCUTA O BATER DO TEU RELÓGIO
CADA PONTEIRO BATE CERTO / SE FOR BOMBADO NA MEDIDA CERTA
III
o que é que faz falta? / olha á tua volta
tanta coisa está errada / e não dás por nada
só olhas para O ESPELHO / puro egoísmo
quando estás aflito / pedes então auxílio
sonolência apática / choro sem lágrima
se não se queixa / não procura resposta
tacto trocado / por teclados de plástico
segredos gravados / no lugar de adquiridos
poemas egoístas / que não têm filhos
original capaz de sismo / ruptura e abismo
holofotes metirosos / fodes te sem propósito
causa e método / como uma casa com tecto
de que é que estás à espera/estagnado de nada
de que é que precisas / de um pouco de tudo
nem sempre temos rumo /faz bem estar confuso
baralhado, perdido / ser disparate, mal entendido
nao tens k ser tudo akilo k esperam de ti
mas a fasquia negativa é derrota à partida
SOM
tic tac corrector assassino
o tempo sublinha o teu destino
tac tic em contra relógio
caneta teimosa assina a história
AVANÇA, ESCUTA / tu nao estas perdido, o tempo ajuda a encontrar caminho
ESCUTA, AVANÇA /atrasa ou acerta, procura a resposta na medida certa
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