Estava a pensar em arte conceptual quando liguei o assunto ao HipHop. E foi nesse momento que me encontrei ou que encontrei o meu lugar. Vou tentar clarificar. Mas antes disso também me ocorreu dar uma palavra ao leitor. Para quem lê este blog talvez seja um pouco confuso às vezes associar as minhas deambulações ao contexto musical a que me associo. Isto porque me parece que sou demasiado intelectual para o leitor do submundo e demasiado simplista para o leitor literário. É precisamente aí que me situo: em lado nenhum! Isto porque não nasci em bairro, nem sequer nasci em lisboa. Sim, nasci no Alentejo, terra de bons artistas, apreciadores de good life e outras tantas coisas associadas a prazer. Ao mesmo tempo, terra de tamanha paragem cardíaca. Por isso mesmo não me considero há muitos anos alentejana e sim lisboeta. Mas Lisboa para mim é o coração da cidade, a velha, a turística e a paisagística, não a bairrista. Uma vez mais aqui também não encaixo no perfil habitual tuga do Mc "madafucker" daqui ou dali. A meu ver, aqueles que são inteligentes já se começaram a desligar dessas identidades bairristas, precisamente porque começam a fazer música! E aqui entra a arte. O que me leva ao início. Arte conceptual: um conceito, uma ideia plantada num território que tresanda a mais do mesmo. Esse conceito sou eu. Porque não fazendo parte desse dito movimento e pouco ou nada a ele tenha pertencido, tenho toda a liberdade do mundo para fazer musica e trazer ao HipHop esse conceito: arte. Porque se é para fazer música que não é arte, então prefiro calar-me! E se eu criasse uma instalação para o HipHop Nacional não tinha dúvidas: um microscópio e na lamela a palavra "Arte" inserida nas minhas células.
Bem haja a todo aquele que segue o mesmo pensamento!