segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ás duas por três

Ás duas por três dei comigo a pensar que todos queremos o mesmo: ser felizes. Cada um à sua maneira. Mas de que maneira contribuímos para esse plano? "A Felicidade exige Valentia", by F. Pessoa. Que é que ele queria dizer com isto? Só os cobardes assumem o papel de vítima, só os cobardes atribuem aos outros a causa da sua infelicidade, só os cobardes é que não acreditam que é preciso acção para chegar lá. Desistem, mudam de planos, acomodam-se, perdem-se, esquecem-se. Deixam de se cumprir. Quando nascemos temos um e um só dever: cumprir a nossa vida. É um compromisso. Viver não é fácil, ninguém prometeu que seria. E há muitas formas de vida. E muitas deformações imprevistas. Há muitas formas de chegar ao nosso compromisso e há também a forma de não chegar de todo. Aquele momento em que nos questionamos sobre o nosso plano, muitas vezes questionamos até se alguém terá elaborado um plano por nós..autor: destino, para os religiosos, Deus.
Ás duas por duas dei comigo sem certezas. Ou com a convicção de que é esse o caminho certo. Quantos mais "ses" invadirem a minha mente mais coerente se torna o meu plano. Mais elaborado e pensado. Mais precavido de imprevisto. "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."by, Fernando Pessoa.
E o meu castelo está construído nas alturas, não faço por menos. Não tem luxos nem desperdícios. Tem virtudes e até uma certa vaidade na sua convicção. Está ladrilhado pelas minhas palavras. Não carece de  obras de manutenção porque o tempo vai ser o meu maior aliado. Com ele aprendo que cada buraco do meu telhado é testemunho do meu erro e a chuva que cai lá dentro não deixa que fique no esquecimento.
Ás duas por nenhuma concluo que viver é fácil, difícil é acreditar nisso!

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