quarta-feira, 23 de abril de 2014

Atrás e Abaixo mas Olhos nos Olhos

há quantos braços dentro da caixa
vai-se enrolando a língua numa acta
acreditas que a estrada tem começo
e que todas as questões têm resposta

o relógio quebrou-se caindo
no ultraconservadorismo
e que se registou no mundo
linha harmónica de sensorialismo
confortável e limpa, ás vezes clara
turquesa pérola relíquia
e não há nada que eu não seja finita

-vais correr atrás

pórticos furtivos
e tudo entrevado em civismo
daquele pó de ouro
incompleto mas valioso
didático e épico
como registo sem dialeto
e como filete ou talvez frete
penso nisso como um sonho
onde sou totalmente diverso

redonda e materna
fagulhas urgindo da terra
média pequena e burguesa
numa cama portuguesa
com certeza

é difícil ser-se
cascata fuga de ritmo
quem me turva o alfabeto
e vice-versa o sinto
uma paleta epiderme
onde se enche mais vida
tristes órbitas e ainda assim
me sinto grata meio torta
porque rima com bebida








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