terça-feira, 18 de setembro de 2018

campos magnéticos


do espelho corpos de néon
fixos na linha de um peão de ponta de aço
para a distinção severa da entrega da luz
rodopiar na febril entrega das torturas das paredes
lacraus sem morada espiritual
um quarto para dormir outro para contemplar
confidências de um aparelho estereofónico
que repousa uma ponta de cigarro lambido
a extensão do espigão das metrópoles
e das acústicas do pavilhão da morte
escorre nesse decote que desce até ao sexo
declinado na censura de uma fome cavalar
sexo roído de traças e falsos santuários
do interior vandalizado por falsos profetas
a devoção melancólica  na hóstia ácida
a cruz invertida para trepar pela coluna
de matronas desvirtuadas de bússola
tiranizado de sedução
abandono me nesse vagão corpo
da perda do mundo restos de coração na balança
e pornografia para dar luta ao punho
olho me de silhuetas de papel de seda
os bicos dos seios traços negros
e vendas nos olhos para o precipício
inflamado de contra corrente
de tempo latente
e formidáveis estradas de alcatrão
alcatrão em chamas derretendo-me
procurando em todas elas, a deusa mãe
do sentido latente da erecção sincrética
do curso livre da decadência

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