bocejado de um mundo mal acordado
talvez utópico, ou justiciano ou bizantium
a inclinação de um ponto ao outro patrono
desse compartimento oco
sininhos no tornezelo peitos mudos
colares de pedaços alarajandos ácidos
e uma botija batedora de afeto
o animal aninhou-se vespa inquieto
semicerrou os gritos, no plano equatorial
hoje compartilho a terra, a sua carne e os seus vícios
acabo-me no brusco vestigial de um ocaso de acaso
para patinhar no charco indomável
de um trono de cabelos brancos
deixo uma túnica morta
atiro-me das coisas ofendidas
para igual aos outros enaltecer me de racional
se eu fosse planta fosso ímpeto de feltro
ainda assim teria menos pressa da virtude
depois da primeira sonda ter aterrado
deixou de ser poesia
o lugar havia sido desmistificado
assim o vi anoitecer
como um degrau de areia
com a largura da palma
pedra, decote, apanhando peixes
com a língua
e almas com a sorte
Sem comentários:
Enviar um comentário