um labirinto de artérias de verdes
com uma espécie de candura luminosa
espaçada de lugares e coisas para sobreviver
guardam-se pérolas em ferida
as forças do ludo magro e negro
um oceano aquilino abismal e primitivo
para engolir o sangue dos anfíbios
um sonho povoado de prata lunar
e mistérios inominais
andam de gatas sem guarnição
de olhos aguados ventres caídos
e peregrinações de vago
fica-se farto de fronteiras
quando se emerge do aquático ao aéreo
Aqui tudo muda, o nosso corpo pesa
blocos de pedra outrora pantanosa
o sol escalda sofre-se de suor
e um cão invisível persegue-nos as pernas
o som escapa-se de latidos furibundos
faz-se uma pausa para enterrar os barcos
na areia desenham-se passos
e fanfarras de pássaros comitiva
somos fragata de ossos suicida
semanas de divagação cerrada a bordo
de uma carroça cilíndrica voadora
uma matilha de nuvens carregadas
correntes de inesgotável dor
para urinar de dentro para fora
ser sitiado de memórias encardidas
desciam do além céu para restos
bocados de braços, unhas, cabelos
que uma e outra vez foram sedimentados
Fica o riso de uma gaivota em improviso...
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