quarta-feira, 27 de março de 2024

Um flutuar para seguir caminho

 

Agora sem braços, mesas de mármore 
as arestas dos segundos são cabine de página 
temos a audiência do espírito, o número cronista
ninharia de tão delicada pétala fisgada
soava a vazio mas era pleno e a mão no cotovelo
O mundo novelo
apertei a mão e disse: que prazer
move a cabeça e os lábios de segunda pele
as cordas derretem como mel calibre de controlo
já uma espécie de controlo e dedos reservatórios 
Zumbir, a montagem do satélite 
o som oco do êxito os dedos dos pés obsoletos
ombros, saltos, cabeça, cadernos de estômago vazio
em black out, o mundo oco de corpo
disseram que a escuridão era familia 
como se me morresses todos estes anos
em nevrose tão elegante quanto estética 
e a boquilha que me satisfaz.na pista de dança
sanguessuga bruxuria virtual.
no impossível de uma fatia de pão áspera 
Um quarto de meia vida 
meu pai pele tormenta de cidade esplanada
A vida não é nada. 
Mas depois de nós foi tudo. 
Estima, o livro que envelhece de amarelo
se desfaz na lombada de velho
Ateia a origem. O silêncio é a paz e de tão lenta..no último momento regressa a menino
sente o pão e o vinho, sabor a palha sabor a tudo
a energia que nos fazia golo estingue se
...durante a noite..desfez os cabos com os fios de terror nocturno 
Achou que já não acordava mais uno





domingo, 17 de março de 2024

O indivisível lugar do fim

 

a lasca 
o indicador desliza e fixa um ponto
o olhal da tábua de carvalho e os anos
a esta hora nenhum orvalho apenas silêncio 
microorganismos que trocam vestígios 
e a luz elétrica que se expande pelas linhas
talvez seja lasca, unha ou casco
o caminho da evitação sanguínea
as asas ramos de intuição e vertigem
na subida de cada tronco, angústia angular
corpus spiritus de cabeça e cauda
que tens a teus pés amanhã senão o fim
para ver a luz ultimato de recreio e ordem
o calor da vida oceânica a nu
no átrio do peito mítico de um símbolo 
não sei se deuses se anfíbios 
talvez sombras ao precipício da repetição 
a morte do verbo na constante ebulição 
para se evaporar a figura de uma fórmula pura
plenário. encontrados os cantos dos claustros
ainda o corpo coluna alegórica 
o mesmo leque abrindo e fechando
o príncipio do ar rarefeito e do aperto
quase tudo na vida foge ao sonho
um dogma para crianças em corpos velhos
a palavra é mas não se diz
cada processo de almofariz a alma magna
pedra cúbica ou quarto morto pelo mundo
Ou para o mundo 
Todo o dia seguinte é ressurecto
porque não a nós pergunta o desconecto
as palavras não existem sem boca
o lugar hermético das coisas
as lascas...
o corpo apreendido começa a lascar
a teia de um tempo moderno
sem notícia de crime ou fé 


talvez os esotéricos julguem melhor o processo