a lasca
o indicador desliza e fixa um ponto
o olhal da tábua de carvalho e os anos
a esta hora nenhum orvalho apenas silêncio
microorganismos que trocam vestígios
e a luz elétrica que se expande pelas linhas
talvez seja lasca, unha ou casco
o caminho da evitação sanguínea
as asas ramos de intuição e vertigem
na subida de cada tronco, angústia angular
corpus spiritus de cabeça e cauda
que tens a teus pés amanhã senão o fim
para ver a luz ultimato de recreio e ordem
o calor da vida oceânica a nu
no átrio do peito mítico de um símbolo
não sei se deuses se anfíbios
talvez sombras ao precipício da repetição
a morte do verbo na constante ebulição
para se evaporar a figura de uma fórmula pura
plenário. encontrados os cantos dos claustros
ainda o corpo coluna alegórica
o mesmo leque abrindo e fechando
o príncipio do ar rarefeito e do aperto
quase tudo na vida foge ao sonho
um dogma para crianças em corpos velhos
a palavra é mas não se diz
cada processo de almofariz a alma magna
pedra cúbica ou quarto morto pelo mundo
Ou para o mundo
Todo o dia seguinte é ressurecto
porque não a nós pergunta o desconecto
as palavras não existem sem boca
o lugar hermético das coisas
as lascas...
o corpo apreendido começa a lascar
a teia de um tempo moderno
sem notícia de crime ou fé
talvez os esotéricos julguem melhor o processo
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