domingo, 23 de fevereiro de 2014

partes aos poucos, caindo no espaço de meses, dias, horas
são teus ossos que chegam ao chão e teu sono que te abandona
o medo de adormecer eterna ou uma outra ideia que não sossega

e de cada vez que te vejo partir não sei como me despedir
não sei se te abrace ou se te faça rir
se chore, se grite ou se ignore
não sei porque não sou capaz
de te remediar, de te recuperar

será que levas contigo toda a amargura
para um abrigo onde a tua história
se dilua e se esqueça
será que deixas comigo uma herança
que repetidamente trágica aconteça

Vejo-te serena a olhares para dentro

pergunto-me em que pensas, de que tens medo
pergunto-me se me contarás algum segredo
ou se estarei lá no ultimo momento

para onde vais? depois de ti como será?
e o que fica entre nós, já está na hora?
é cedo ainda
quero que conheças mais da minha vida
que deixes que me apresente como a tua

sempre neta querida


Sem comentários:

Enviar um comentário