Ela faz-me reparar nos contornos da lua
Ela faz-me correr de joelhos tortos pela rua
Ela até os cornos me mete com doçura
Ela é a viagem e a única forma de ancoragem
Ela é a fome e a barriga cheia de miragem
Ela é a sorte e a fortuna de ser pobre
Ela é o ponto e a linha que o cose
Ela é o simples e o extremo da catarse
Ela é o texto e o resumo de uma frase
Ela é o encontro e o adeus de uma tarde
Ela é o sonho quando desperta a claridade
Ela é o todo e o conforto de uma parte
Ela é a voz e o inferno do silêncio
Ela é o fim e o final sempre em aberto
Ela é o rito e o hábito, o grito e o riso
Ela é o aviso e o impulso, e o corte no pulso
Ela É e será, e tudo foi só um pouco
Absurdo, porco ou nulo
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