Voraz, voraz, o pássaro comeu a gaiola
nas gafes do silêncio da voz
ruptura do corpo contra o coro
esmagar de receptáculo contra o sopro
tudo o que é opaco transversal e findo
Soros de seiva estética infundada estanque
alfa sem omega na posição fetal dos séculos ocultos
sem piar o pássaro gira gravitacional
dormia o cuco dentro da caixa
a corda que sem anátema é alimento fornalha
temos equações de absolutos onde a sombra calca a sobra
futuro camaleão gigante mamífero do aconchego
anichado no fundo, tristão
deixado na tua boca, fiapos de aranha desfeita
que a roca desfiou sem apego
SOMOS férreas vias rápidas, o labirinto fúnebre de cantos
acompanho os mortos até ao último peito
as aves mansas incapazes de ópio
toda a noite uivando no topo da cabeça
clamando pelos espíritos das entranhas
era aqui e ali talvez, unha sem carne
contra as fragas, bichos recalcados de nutrição
Somaria critérios às coisas mortas
com garras, larvas eco de barulho
ansiosa e lenta, carregada de entulho
silêncio de vanguarda
apertam me os ecos do que fui
a chuva ácida templar de embriaguez
e tantas auroras sem hora
E vida por gritar
na senda do desenho das coisas sem poema
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