no silêncio cataléptico
a indiferente presença estrelar
na quase transparente lâmpada atenuada
a roupa de fino metano capa voadora
emergido nas fissuras da pele
com a saudade de um demónio vivo
bolha espacial moldada
evanescente monitorizada sem gente
A planície acaba. Ali.
primária e macroscópica
nos rebordos de ligeiras inversões
sinto os passos depois de adormecido
o olhar resignado do sombreiro
a neve com os seus olhos vítreos
na órbita dos animais que pastam em círculo
nos soberbos vocábulos do gado nocturno
a célula até á última membrana
com todas as lágrimas caídas da cara
secretamente eclipsado nas partículas do tecto
débil de inclinações enevoadas
instrumento animado de extrema solidão
para mergulhar todas as tardes em pântanos de transe
o golpe emocional de conchas aleatórias
hoje a máquina esquecida na planura
faminta, de febre de espectro
nemhuma espécie de céu
a paisagem paralela mais que perfeita
e a pessoa vívida, parida de sangue frio
animal seduzido de titã
nos segredos do peito guarda catacumbas de medo
campo desertor de vigia raiada
as ervas dormem fechadas sobre si
mil léguas de silêncio sem tréguas
a pastagem que lhe devora a vida
o pastor, que na tarde extensa sou eu
ou a sombra maciça de terra nenhuma
num plenum dimensional de ânsia
de comer o animal
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