é o limbo de morte nenhuma
o coração atropela-se de sangue bruto
a respiração ofegante de uma queda em sonho
assim brincavam na areia pequenas criaturas
um dia de sol na beira da linha de água
a água que ia e vinha num ciclo incompleto
de pequenas linhas de espuma
mas os outros desapareceram
o dia cinzentou de abrupto..as ondas cresceram
a força da areia prendendo o corpo de gatas
um corpo incapaz de se erguer
o nevoeiro tapou o mar
cobriu todo o espaço em volta do corpo adulto
o dia escureceu de negro cinza
e o corpo imóvel incapaz de se erguer trémulo
aos pés água e mais água com o ruído da força da terra
a força que rebenta próximo do ouvido e dos olhos que não vêm
as mãos enterram-se cavando poças de lágrimas
o rosto irado de impotência
querendo beber ar e não água
que o sal amarga de próximo e mais perto de fim
há o silêncio desumano
o coração bombeia-se de música
soam as notas rápidas do forte macabro fundo
um denso de não entrega
de não partir sem luta
mas quanto mais procura na areia a pega
mais a mão se desenterra
não haverá corpo para chorar
nem testemunha do salto quântico
Talvez o fundo do mar seja o início
do tamanho do acordar
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