domingo, 17 de julho de 2016
a que chamamos de casa
na teima de tomar o fogo por dentro
chamar. só por salvar
a caldeira que investe os confins do corpo
que anda, só por andar
da vontade de estar só
e esse vulto
barco que se desvanece
que desaparece com um não posso
porque desconheço a ponta do sol
chegou ao céu quebrado no mar
essa única linha direita
que ninguém pode atravessar
deus criou o horizonte para nos fazer sonhar
anda, faz e desfaz
porque sempre que retomas o ponto de partida
há uma parte de ti que vai e outra que fica
demorei-me
só agora compreendo que há momentos
que ficam por dentro
como essa linha que nos separa do outro
esse horizonte enganoso
a casa está fechada
dentro dela ferve uma caldeira abandonada
há trincos que nos servem de abrigo
quem se pode esconder do destino...
então os pés velcros ventanas
podem cobrir o céu de pinceladas de fogo
caminho de pernas para o ar
piso as estrelas
imitação espectral desse peito
que desconhece o real
somos campo amparado por nada
trapézios de fios de prata
a prata da lua, o oiro das ceifas
e da alma somos senão a paixão
do que sempre fica por agarrar
porque o vento é outro
que não tem começo nem fim
porque tentas agarrar o vento
ou atravessar o horizonte?
- não sei fazer de outro jeito...
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