domingo, 19 de março de 2017
I
dos anfiteatros do peito
as linhas espartilho da alma
os anjos partem-me das costas
o nosso retrato reflectido molestando-se
ouso dizer que nos enlaça das arcadas desfeitas
a superfície salgada de uma lágrima
arquétipos como homens de areia
na tua alma infantil
muito minha mãe alquimia me perguntas
pelo combate que trava a nossa fórmula
tão reflexiva como imatura
vejo que o equilíbrio é tudo
que tenho procurado a liberdade
na vez de vivê-la
a minha vista tolda-se
para me debater sempre com o fim
sopram-me os ventos quentes do deserto
desse espaço que ficou para depois
sempre por resolver objecto
o absoluto murmúrio
com que rangemos uns contra os outros
como se não fossemos tábuas para soalho
onde caminhas tu o único
e nos armários, nas paredes, os telhados
dar-me um quarto solitário
porque se escutam pela casa os ecos
no calor da narração
das forças elípticas para a cadencia
dos trilhos do espírito em comum
das mãos inanimadas
que nasçam os filhos das palavras
para um compasso de ternura e mais nada
uma ária de bravura para o claro timbre
de uma alma harmónica sempre firme
pega-lhe pela mão, uma qualquer
pelos anfiteatros do peito
dançar com ela pelas curvaturas que não têm
mais sombra nem solidão
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