sexta-feira, 2 de junho de 2017
mas as asas combatem o chão
as asas combatem o chão
com o vagar do desalento
do sol inteiro
do gingar do corpo
com esses olhos ladrilhos
a ceia que veio com fomes tristes
para o reforço do prolongar das linhas
desse sol já posto
no içar de todas as bravuras
das marés e dos barcos sem faroleiro
o apontar do céu
cascos rasgados de céus anémicos
crias entregues à luz
o cordão das sombras
as mãos que descobrem o vago
das encostas âncoras
é sempre vago o olhar da ferida
dissolve-se a dor no paladar ácido
o que cai pousando
depois do movimento gasto
a lembrança do fim
as velas à revelia içadas
respiram como se estivessem destinadas
pairam como nuvens brancas
as palavras choram
dentro de cada homem
e a maré vai espelhando
o que está de passagem
mulheres vestidas de histórias
barcas de ventre e memória
dentro de cada homem
o que está de passagem
como o Inverno que ficou
e deus sabe como ficou
asas geladas para as águas
que de mágoas não passaram
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