sexta-feira, 28 de julho de 2017
o arrancar das farpas
os touros ao alto no monte
a silhueta no limbo da escuridão
privada de volteio...raízes
para um encantamento de paz
a paisagem petrificada de nós
de nenhum grito mais alto
a paisagem um jazigo da infância
antas de pedra e beijos de promessa
a inquietante noite das crianças
os foles do sul fazendo girar os anos
dos corpos que deixámos adormecidos
a partida da terra
da concavidade materna da sombra
num estado de magia enamorado
para o mais fundo abismo do nada
e brava é a contagem insólita dos passos
e turva é a visão dos ávidos de paixão
os touros espiam a partida
possantes de sangue mortal
a linfa de mutantes deuses
que se revelam ao mundo
quando o chão se abre para colher
as farpas...como os espinhos de um cacto
antes de ser doce pela boca
como as palavras que deixámos no passado
os touros...os touros...a arena
a terra sem espírito nem colheita
como um embrião sem alma
a paisagem que deixámos vazia
incapaz de quebrar a saudade
escura e fria...mas pacífica
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