sexta-feira, 18 de agosto de 2017
ventos menores
o vento
para a assinatura do desapego
irrompe pelas artérias
nesse tributo à penitência
da solidão
vai só...delirante
como uma toalha de linho inacabada
os pontos do oculto de floreados
e destinos de espuma em terra nua
um anjo que abandonou o seu posto
para instantes menores
respira animal
sobe ao altar solar dos tectos do consolo
as mãos sujas de tombos
as fronteiras heras devorando a altura
para o desejo dos melancólicos
e sonhar justo para o esquecimento
o arrefecimento das dores boas de sentir
o que nos separa o que nos impede
de contarmos as horas só nossas
debruçadas nas varandas da muralha
que erguemos de híbridos beijos
morro neste quarto sitiado
ruínas escarpadas de nadas
só um lugar de fosso contemplo
para me render um chão que não é chão
uma concha que baloiça ao sabor das tuas mãos
são mortais e o tempo anseia
de ser vento e acabar sempre à beira
de tempo nenhum
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