segunda-feira, 11 de setembro de 2017
a noite
ao encerrar das pálpebras
aproximam-se e quase que se tocam
as paredes do quarto pele
cai o primeiro sono
na luz tudo o que se quer de seguro
os pés nus
aconchegar o vazio nesse substrato
ela adormece no lugar debaixo da terra
fala das coisas interiores
contra as paredes
o rosto descoberto pelo tecto
lençóis de água dobrados
o corpo amarrotado ao nível do horizonte
para ser manhã
o corpo despede-se com a nudez do adeus
a coisa acontece bruxuleante
marginal um septo película sonho
há horas em palavras
quando tudo está de passagem
cobrir de lençóis brancos
a espera tem sempre os olhos cerrados
se um dia viesse à minha beira
pendurar no cabide a minha alma
e deitar-se comigo assim de aconchego
e não ousar por medo, tocar-me
há horas em palavras
levantar e caminhar pelo quarto
acontece que se descreveu às escuras
respira comigo sem existir
a noite está longe e desce das nuvens
olha-me mais por dentro
sem falar sobre
o comprimento espaçado das ondas
batem perdas no labirinto das runas
batem todos os desígnios
ela diz que a noite tem a duração de um grito
mas que não a conhece
ela diz tanta coisa...
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