quinta-feira, 14 de setembro de 2017

essa pálida Ísis


relógios com apontamentos mórbidos
um gigante abandona o esconderijo
galos ou choro de crianças
e caminha com a missão de chocalhar
de revirar a terra por acidente
relógios com pensamentos mortos
serão perseguidos como lobos na mente
as vozes dentro de casa
do vento que se dissipa para fora das paredes
a febre que rói o lugar da carne
uma vela por acender no exercício em vão da cura
um cubículo onde repousa o medo
visitar às escondidas os becos
onde a tirania da poesia se oferece
um cisne negro procurando por beijos
carícias em troca de lábios de vinho
de sinais em troca do espírito
juntar as minhas lágrimas às suas
das dores excessivas do amor pó
fumarolas brotam em forma de cruz
a paixão uma chama que nos chama invertida
há um velho deus atrás da porta
companheiro de viagem morta
os nossos fardos esmagam a solidão
as teias do aborrecimento vigias
a alma já partida para o Hades
virando costas aos fieis do mundo
meditam os vitrais do edifício
todo esse lado distante do peito
desse gigante que partiu do lugar
que se quer desabitado
e das ravinas arenosas
erguermo-nos como silhuetas às escuras
dos caminhos de areia intra venosa
celebrar uma cerimónia nocturna
e a noite cai
cai completamente nascida da lua

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