assim caro amigo encontro o mundo palpável
escuro e húmido no interior alheio
encontrei-o, dissequei e no seu devido lugar
ergue a cabeça, onde praticamente tudo é conjuro
a nossa próxima essência
é um pigmento de coloração precária
O hidrogénio avultado pouco a pouco
na máscara despida anti reumatismo
e de pura partícula e cera nocturna
chifres, rasgando bichos na plataforma
a fundo na passagem para coisa nenhuma
tenho arquivos na memória de bichos dardos
mais próximo do horizonte de nível
pátios de horas para mais tarde de ontem
e uma transplantação de alma para alma
tenho sempre um prolongamento do silêncio
gostamos de sentir os pés livres no chão
somos formas de ritual cíclico
próximos da glândula e do arquivo da memória
diz se que pendemos no involuntário
da nossa própria morte
a mim pesa me esta condição desde que me senti viva
situando na orla do tempo o nosso corpo
reservei um helicóptero para a física apurada
do contra tempo
hoje sinto me estatueta amadurecida
hoje sinto que o meu próprio êxodo extasiou se de vida
há um aparelho depravado de corpo rapariga
puxado pelo autómato de bolso de camisa
Suponhamos que havia perdido a carteira
levada a mente à transplantação de autópsia
quero que enfim o meloframa
te seja a ti também amigo, o fio de Ariadne
e toda a vocabular explicação
que bendita explosão te sintas
meu caro amigo
sofro do mesmo mal
do abismo preciso
e dele temo condição
para estar vivo
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