domingo, 25 de julho de 2021

 

assim caro amigo encontro o mundo palpável 
escuro e húmido no interior alheio
encontrei-o, dissequei e no seu devido lugar
ergue a cabeça, onde praticamente tudo é conjuro
a nossa próxima essência 
é um pigmento de coloração precária 
O hidrogénio avultado pouco a pouco
na máscara despida anti reumatismo 
e de pura partícula e cera nocturna 
chifres, rasgando bichos na plataforma 
a fundo na passagem para coisa nenhuma 
tenho arquivos na memória de bichos dardos
mais próximo do horizonte de nível 
pátios de horas para mais tarde de ontem
e uma transplantação de alma para alma
tenho sempre um prolongamento do silêncio 
gostamos de sentir os pés livres no chão 
somos formas de ritual cíclico 
próximos da glândula e do arquivo da memória 
diz se que pendemos no involuntário 
da nossa própria morte
a mim pesa me esta condição desde que me senti viva
situando na orla do tempo o nosso corpo
reservei um helicóptero para a física apurada
do contra tempo
hoje sinto me estatueta amadurecida 
hoje sinto que o meu próprio êxodo extasiou se de vida
há um aparelho depravado de corpo rapariga
puxado pelo autómato de bolso de camisa
Suponhamos que havia perdido a carteira
levada a mente à transplantação de autópsia
quero que enfim o meloframa 
te seja a ti também amigo, o fio de Ariadne 
e toda a vocabular  explicação 
que bendita explosão te sintas

meu caro amigo
sofro do mesmo mal
do abismo preciso
e dele temo condição 
para estar vivo



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