Adormecidos em âmbar gatos malditos
caidos às cegas príncipes do ébano
a madrugada artificial finisterra
à decomposição fluída em vítreo
são alimento de ferida alienígena
embainhados do punho universal
tenho, um gato a arder-me no colo
no fosso colérico sangra
à luz das falsas trevas falhas humanas
canta e morre na fossa etérea
agora fumos o gato sem alma na terra
diâmetro lunar das coisas passadas
altar do próprio desejo de consumo
Arde, mortal, sem carícias
parido da boca de piteas lamúrias
lamúria que o acompanha:
Deixo o vazio na terra
Semente mutante da distância
da insónia do espírito necromante
Viajo, companheiro liberto
atravesso o dia e a noite lúcida
E da minha cadeira nascem pernas
dedos e cabelos de verga
Ossos matriarcais do interstício
do sistema pós morte e alucínio
Levanta-te, como pedaços de memória
no parto de mil gatos ágeis do oculto
olha o espelho inhumano vencido
geminando o conspiro de todos os espíritos
Deixa o vazio à terra
Semente da distância
deixa que dance e recorde
nos seus cabelos vulcânicos
o ardor do aminal sem dor
Viajo, quântico do crânio
metal pesado e inextirpável estatutário
quero, o fragmento de todos os cantos cinza
E sou, depois, veneno delirante e pleno
no corto de outras tantas vidas felinas
o ritmo da vida magnetismo
revelado e inútil, deixado no colo fútil
Sem se esgotar
Possuía a terra alta
e pernas de cadeira para arados
quisesse repousar em quadrados
ou adormecer em casulos de âmbar
Amarelados, labarédicos..e ardidos
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