domingo, 19 de dezembro de 2021

Âmbar e Gatos ardidos

 

Adormecidos em âmbar gatos malditos

caidos às cegas príncipes do ébano 

a madrugada artificial finisterra

à decomposição fluída em vítreo

são alimento de ferida alienígena 

embainhados do punho universal


tenho, um gato a arder-me no colo

no fosso colérico sangra

à luz das falsas trevas falhas humanas

canta e morre na fossa etérea 

agora fumos o gato sem alma na terra

diâmetro lunar das coisas passadas

altar do próprio desejo de consumo

Arde, mortal, sem carícias 

parido da boca de piteas lamúrias

lamúria que o acompanha:

Deixo o vazio na terra

Semente mutante da distância 

da insónia do espírito necromante

Viajo, companheiro liberto

atravesso o dia e a noite lúcida 


E da minha cadeira nascem pernas

dedos e cabelos de verga

Ossos matriarcais do interstício

do sistema pós morte e alucínio


Levanta-te, como pedaços de  memória 

no parto de mil gatos ágeis do oculto 

olha o espelho inhumano vencido

geminando o conspiro de todos os espíritos


Deixa o vazio à terra

Semente da distância 

deixa que dance e recorde

nos seus cabelos vulcânicos 

o ardor do aminal sem dor


Viajo, quântico do crânio 

metal pesado e inextirpável estatutário 

quero, o fragmento de todos os cantos cinza 

E sou, depois, veneno delirante e pleno

no corto de outras tantas vidas felinas

o ritmo da vida magnetismo 

revelado e inútil, deixado no colo fútil 

Sem se esgotar

Possuía a terra alta

e pernas de cadeira para arados

quisesse repousar em quadrados

ou adormecer em casulos de âmbar 

Amarelados, labarédicos..e ardidos






Sem comentários:

Enviar um comentário