quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Panaceia
quinta-feira, 5 de julho de 2012
3 e uma vírgula
a última verdade absoluta deste mundo: estamos de partida. Estamos sempre de ida e sempre a pensar nas voltas. Que desperdício, por isso é tão importante colocarmos vírgulas em tudo isso. Eu amo a vida e ela deixa-se ser amada por mim, apenas assim, não há amor de volta. Quando sentir que ela me devolve, talvez me sinta então aborrecida e me dedique à morte.
E, por mais que tente, rente à letra, na brevidade de uma sesta...ela é tanto mais branca quanto eu sou negra. E que fazer? Nada, mas nada mesmo nada.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Clandestina Mente
terça-feira, 6 de março de 2012
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
história sem absurdo
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Relógio de Sol II
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Pólos
domingo, 29 de janeiro de 2012
.
De lado pareces mais nova. Não sei porque me disse aquilo naquela tarde de Verão nas areias da Praia Verde. Deixa-me cuidar de ti, só precisas de deixar que eu fique aqui. Junto a ti. Foi o Verão em que comecei a sentir-te crescer dentro de mim. Como semente, como espaço de gente nenhuma. Sombra de ser anónimo que ao movimentar-se projectava do meu corpo rastos que os outros deixavam em mim. E cresceu, com ramos que me chegaram ao coração e ao cérebro. E pelas minhas mãos começaram a ganhar definição. Quadros, fotografias, filmes, retratos de lugares comuns. E porque me dava prazer, não podei este mal. E ele foi crescendo como Hera nos muros da minha necessidade. De querer mais. Todos os dias mais um pouco, mais um hora, um minuto. E toda a minha liberdade foi contraída dentro de mim. Só em ti sentia vida. Só nas tuas horas me sentia plena. Só nas tuas palavras encontrava paz. "Uma mulher deve ter dinheiro e um quarto próprio se ela quiser escrever ficção". E eu não tinha. Nem um quarto, nem sequer dinheiro. E foi então que me tornei escrava de ti. Feliz quando estávamos juntas e miserável quando não estávamos.Desespero. Lugar de dependência animal.
Enrolo-me sobre mim própria. Aconchego o meu território e pesquiso o infinito. A minha alma traduz-se em palavras de dispersão. Ao centro, o meu ponto conector é um vector apontado aos céus. Lá no alto bolas de vidro ascendem ao Paraíso. Dentro de cada uma envio uma palavra. Da minha boca ar quente acelera a ascensão. Para fora. para cima. Para longe da vista, que não sinta. que no final me encontre vazia.
E as minhas costas tornaram-se negras. Tatuadas de vergonha. Porque não chegámos a velhas. Porque a queda não foi conjunta. Porque parte de mim foi fraca. E apenas a carne voltou à terra. Incompleta e não realizada. Não, volta atrás no tempo. Imploro-te que inspires nesse momento. Antes vivas amordaçada cá dentro do que em lugar nenhum. Rodopia, espiralisa. Mescla todas as tuas frases. Enceta todos os pontos finais. E em cada pequeno verso, repousa. E recupera o fôlego e começa de novo. Acredita, é doloroso, é exaustivo mas é nosso. Em partes seremos apenas metades.