A torrente é amiúde
climatizando o sentido
a cada passo escrito
vítima de uma vontade
de artesã insurreccional
paixão gramatical
À Liberdade!
E que por elas
nos levantamos
e que sem elas
nos definhamos
Ao largo, sozinha
no centro
A palavra é o único
momento
uma dor só no mundo
uma folha que a ignora
e cai que teima, chora
a brisa que aclara a aurora
Não importa a perspectiva
elegias marinando
lágrimas cristalizando
e tudo
num imenso trânsito
Velhas, novas, negras
brancas
sem alarido de auto protesto
récuas em metáforas singelas
cruas, duras, anarquizantes
telhados dos afectos
dos amantes
E que sem elas o que seria
de nós?
Quem tradução
do batimento, abatimento
e alegrias fantasias?
Que o pensamento descarrilando
em reacção apenas sendo
partícula sem filamento
Enfim...
às vezes em desabafo
nos cansam
nos pesam
nos matam aos pedaços
Mas são e serão
sempre
o encanto dos nossos laços
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