sexta-feira, 17 de junho de 2016
profecias vagas
vai andando...
pedras nos vidros das janelas
ímpetos de avançar sem terreno
ao encantamento
da língua escorrem serenas flores
carnívoras
como se a necessidade das horas
do rabiscar das auroras
não nos dividisse em noite e dia
triângulos
o sol a lua e os estranhos
pelos caminhos de pedra
sombras móveis despertam
do leite materno espumante
o canto invisível dos pássaros
o perfume do orvalho choroso
fitar os olhos nas nuvens
gigantes peneiras do sol
não ser senão um peixe azul
num aquário de vidros baços
para lá dos espaços haverá outros gémeos
que se encantam e emocionam como nós
gira o peixe então às voltas
numa casa assombrada sem memórias
equilátero, isósceles e escaleno
acelera o passo
imagens plácidas apregoam a chamada
rangem as escadas ao ultra terreno
do fundo do espelho seres de arco íris
o leite morno ou azedo
dizendo tudo vai bem mas não é perfeito
passa a mão pelo rosto
o vestido branco estampado de sangue
frio e calor ao mesmo tempo
perde-se o compasso de espera
das páginas que o livro reza
a menina do espelho diz ámen
duas gémeas, a terra e além
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