hei-de esquecer
que fluem plantações no reino das trevas
por essa estrada de flocos de sangue
hei-de esquecer do murmurar das águas distantes
escutando em vão as gralhas de deus
de sermos pétalas de opala dura
da lua trapézios de sombras
do vale de Minerva servos sem tarefa
em telhados de musgo, ruínas do peito
caveiras em pirâmides de gelo
hei-de esquecer
os limiares da costa das agonizantes vagas
as mãos que nos deitaram ao mar
sem sermos metáfora para a vida
hei-de esquecer
as tábuas oblíquas do amanhã
hei-de esquecer que te esqueceste de mim
a um palmo do fim
Mi sangre
Olvidaré
que fluyen plantaciones en el reino de las tinieblas
por esa calzada de copos de sangre
Olvidaré el murmullo de las aguas longincuas
escuchando en vano las cornejas de Dios
que somos pétalos de ópalo duro
de la luna, trapecios de umbras
del valle de Minerva, siervos sin tarea
en tejados de musgo, ruinas del pecho
calaveras en pirámides de hielo
Olvidaré
las orillas de la costa de las vagas agonizantes
las manos, cuales nos echaron al mar
sin que fuésemos metáforas para la vida
Olvidaré
las tablas oblicuas del cras
Olvidaré que me olvidaste, a mí,
a un palmo del fin
Tradução Duarte Fusco
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