quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

a decadência do símbolo



aves negras insónias cobrindo a retina
um salto felino para a exaustão
servir a carga as penas coladas na saliva
o grande escudo das radiações além tecto
hexagonal mente perfeita de olhos abertos
um prazer sufocante no intervalo dos braços
constelações do isolamento ao cair vago
mais ar dos termos lógicos do levitar
da armação incompleta das horas
da programação da busca dos sentidos
a escuta o diálogo de uma língua desconhecida
quando o cosmos cai de um orgasmo
sublimado na solidão dos corpos
decadências no segundo extinto do dia
ciclos falidos existindo colidindo
um sistema sintético de antagonismos
aves que não procuram ninho neste mundo
a miséria da fome do campo experimental
a ordem natural que não cabe no bombear
verbalizado na pedra basilar de todas as cargas
que sempre nos pareceram demasiado pesadas
o sonho insonhado no corpo nunca adormecido
só as aves pernoitam no dia que não chegou a vir
em lugar nenhum o poema acordou




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