quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
a labora do poeta
da oscultação do vazio de deus
cinzas habitantes das sombras
debaixo da túnica o ventre das bruxas
caindo homens de pedra paridos
anjos que não carecem mais de asas
como árvores dispersas sem linhagem
a paisagem feita de carências bífidas
o corpo um telégrafo de bestas
necrófagos pássaros do ventre de Lilith
deixadas no lugar do trono
as pálpebras do anoitecer ficcionando
a queda de um animal doméstico
encolhendo minguando
para a antemadrugada em transe
dormirem juntos no avesso das intermitentes
calhas do mundo morto
é coisa dos dias, das horas trancadas
do desvario da lassidão ou abandono
o mecanismo encerrando-se no corpo demónio
surdo de uma profecia amorfa
para um duelo com a mente erótica
corpo entregue a corpo
vertebrados os sonhos são fundidos
a terra rasgada de precipitações do vazio
para extrair da última gota do sémen de deus
a nudez das palavras sem talha
Ela está no meio de nós
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