A prosa do dia-a-dia, o diário do estagiário
areia nos olhos, como pintam a fé do otário
a veia seca de ideia, não pelo teu pé, a teia
hemisférios de lugares etéreos, o ir e voltar
da estrutura espremer a polpa da fruta
de embarcado empurrar a popa da luta
cataclismo lógico no peito liso do bizarro
faz buraco na hora de elevar-se o tecto ao raso
e do vão se rasgar a fisga, no peso da gente
tudo ira do esforço de engenharia de fosso
analógica pele de uma tartaruga extinta
que vive de língua, de nenúfar em lufarmente giratória orgásmica simples
papagaio de fios de escrita de crina
carrossel de fascínio, curiosos filhos de linces
a paixão de um vivo coração sem alicerces
quando no espelho, um poeta te aponta o dedo
quem são teus mitos e mais íntimos companheiros?
Anda, empurra esse corpo doente de conceitos
aproxima-te da beira da mais alta das cataratas
e atira-te ao fundo para que nasças, ainda ontem
antes de seres quem és, antes de te roerem os pés
as ratazanas mundanas do vai-vem de nadas
Excitam-me aqueles dentes que se debruçam
na boca e na fruta a marca, de uma mente gulosa!
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