terça-feira, 8 de março de 2016
na violência de não haver poesia
sê com alma
a nossa vez
gritando de pingos de chuva
chuva corrente sem curva
a chuva antes de cair
é o ventre do que está por vir
a nossa vez é..agora
campos a fora, ninhos, fluídos
conquistando-se o futuro com nossos filhos
deus
deus é ideia, o homem é colheita
entregue..porém, a mão alheia
a uma página em branco
algarismos, abismo, ritmo
um guarda-chuva de abrigo
me confesso
quando estou contigo
quero o naufrágio completo
e o luar bronzeado desencantado
senha sonho
em traduções de pouco tanto
quem me pode perdoar
de amar assim tanto a vida
uma pedra em cima do destino
como um berço aberto em fogo
todas as palavras vão dar a ti
a ti empresto a minha vida
mas não posso ensinar-te a vivê-la
há na poesia uma pilotagem insaciável
mundo-dirigível sedutor
evadimo-nos de ar livre
da proximidade das coisas
do relevo das lamentações
dos pântanos onde dormem o real
e o disforme
a presença da ascenção a cada linha
no intervalo de cada morte
que brota mistério e instinto
como um estar-se aluado
ou passear-se na sombra da claridade
como se fosse de propósito
em toda a sua singularidade
há uma vida única em cada poema
e há um gesto tosco
de despertá-lo na ânsia de um louco
porque a vida se esconde no desconcerto
no simulacro no adiamento
de um dia completo
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