terça-feira, 8 de março de 2016
o fascínio de nos consumirmos
a cantada do sol à sombra
agora que nascido, se despede
sem raiz mãe e florido
tenho no pensamento um casco arqueado
roído do tempo do passado
boiando à deriva
já se me partiram as velas
o sangue sal de mistura
pela falta de fé sopra o vento sem maré
e há tanta gente que parte
foi-me prometido o adeus
esse silabário sistema de língua
com todas as letras nos abandonamos
combinações mecânicas astrológicas
içando do fundo do oceano
a mais pura das pérolas saudosas
tudo começa assim
num banco de jardim
oco, cheio, farto, vazio
os deuses que nos salvam
choram comigo nos olhos
para voltar a ser pó
tudo terras alheias
teu chão-infância soluçando
tudo girando em falsa-mágoa
porque te foge em falsa largada
deu deus cornos ao touro
e coração ao homem
em que memória insónia
farpas de feridas terrenas
que ardem com o fascínio
de só assim se sentir livre
dogmas para ensaiar o horizonte
a queda de uma alma-acesa
apaixonada...pela sombra
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