sábado, 29 de abril de 2017
caixa negra
o movimento dos corpos
desenha na plataforma círculos
nas suas possibilidades epidemia
nascendo um campo, contracampo
de um lugar de eu
em que somos a última consequência
em toda a metafísica
onde sonâmbulos nos encontramos
para um núcleo anti dogma
nos confins do íntimo
faz-se corpo e coração universal
com todo o direito de parar!
as notas que se seguem
na presença dos vocábulos infernais
que não fazem mais que o alívio
terás sido alheia como uma mãe a um filho
mas então porque te trago comigo?
uma sensação que não posso descrever
e em todas as primeiras palavras
um acto solitário
a dor irredutível de uma dulcineia
que nos desconcerta de novos silêncios
pós nova vaga de pensamentos
que sempre se abraça de inversão
guerra ao trajecto seguido de longe
no interior do tempo cativo
um único fotograma reconhecível
o vocábulo finito
como elemento fundamental
a uma língua morta
o que é contar pouquíssimo
reafirmando o ontem na sua presença
uma obra em depósito
um vinho avinagrado póstumo
de momentos que se restauram a si mesmos
o que é contar pouco sobre o belíssimo
que nos é contido no surgimento do novo
quando se encontra a vida como pano de fundo
e um homem sentado numa cadeira respira
fundo
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