quinta-feira, 2 de maio de 2019
Iconoclasta sem asas
A porta das estrelas
O corpo em escamas
A linguagem das trevas
Além para além do anoitecer
caem me pétalas ácidas da boca
O toque do mercúrio para o fim
Reflexo do futuro
Rolos de papiro onde nos suprimimos de tempo
A grande massa de estuque ilusória
em que nos decompomos em memória
Pergaminho de pele humana e suor
As sobrancelhas negras erguidas contra o sol
O segredo do pó do inferno guardado no ventre mais esventrado de morte
Tenho em mim a inquietação fomentada
Aos adoradores do fogo presto o corpo
As duras rugas dos golpes do coração dobram me de dor
O ventre contraído de dor
Homens de todos os cantos do mundo
paridos deste ventre
A bagagem revisitada nos olhos que me mergulham sem ódio
Tâmaras esmaltes estalados os dentes
que me devoram
Uma bacia de azul para banhos de insustentável voo porque não se parte nunca
Missao - cuspir me para o chão
Ser Nómada das tripas da terra
Na ponta dos dedos
sentir a lâmina da cólera
As veias os rios as margens
Fortificações de cisternas e vértebras
As línguas imperiais emaranhadas agora entre nós
Pedaços de pano cutâneo para nos dissolvermos
Furos abertos das falhas do crânio para nos estendermos ao Sol
A areia do lado finito da ampulheta
E o movimento perpétuo desse sonho
Viajantes do barro composto de terra e lágrimas
A existencia revista em absoluta incoerência
Nómada das tripas da terra
Na ponta dos dedos
Sentir a lâmina da cólera
E um clarão imperial que inunda
as forças que nos sugam à terra
Sentir os pés como pás
Para poder levantar voo o arranque
a impulsão de libertar de dentro esse espaço a mais
E rasgar a pedais o fardo do corpo
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