segunda-feira, 29 de junho de 2015

assim



precisamente nos nós dos dedos que me dói
quando se nos dobram o pensamento
e nos ajeitam a alma aos cantos

a goteira anda ofuscada
(foi o poema possível)

sábado, 27 de junho de 2015

39 chibatadas e mais uma



que o tempo de ser inventado é pouco
em termos hierárquicos o cabo dos trabalhos
há que deixar a marca do rabo no soalho
e palas nos olhos para o caso de iluminado
e andam atarantadas as mães preocupadas à toa
que o que se leva desta vida é a boca cheia
há que dar descanso a tanta canseira
já lá vai o tempo da panaceia utopia
agente agora quer é pinga e patanisca
que o tempo de ser inventado é pouco
os fumos da máquina são lucros
e à falta de troncos queimam-se livros
os putos querem é vitas, in ps veritas
os jovens querem é guito, in imigra visto
e os velhos querem é descanso de tudo isto
mas o tempo de ser inventado é pouco
pica-se no peito um zangão mutante
curto circuito apagão relevante
daqueles que incomodam o andante
e a oração em latim no programa
a representar o exorcismo futurama
para que as bestas sucumbam ao ilegível
e a nação seja uma serena união
tudo quieto a ver a televisão
mas o tempo de ser inventado é pouco
antes sermos fantochada barroca
ou um belo exemplar de najas
um palhaço alecrim de garridas lágrimas
que ninguém se queixe do lombo dorido
ao ceder das chibatas realistas
fazermos troça ao espelho com estilo
que o aviar de pancada é pouco
é preciso é chegar ao osso
é preciso em analepse termos sido morto
e esforçar-se pelo equilíbrio
do desaparecimento em pleno acto mágico
abracadabra já cá não está nada

que o tempo de ser inventado é pouco
e o que sobra é para os loucos

é preciso ferros em brasa pelo cu acima



Terra liberta



o tilintar dos ferros gritos libertos
-ardem civilizações ao horizonte

o sensível limbo das colinas da escuridão
gestos  frios que se apagam
há nesta solidão agora uma serenidade absoluta
de se deitar na terra húmida
sentindo nas palmas a cadência
do coração do mundo

nada disto se pode ver com os olhos
que os olhos nada podem sentir
os vultos que se soltam do negativo
são indígenas que coabitam com o íntimo

se o espírito fosse a fala
a alma seria o corpo
e o corpo afinal apenas matéria

e dançam enfim livres
de mãos dadas felizes
os corpos celestes agora cadentes

o chão deixou de massacrar o osso
abrindo-se céus para a viagem
para além da gravidade

a penitência pelos pecados do mundo
cinzas espalhadas pelos cantos do universo
de sermos todos um
em lugar nenhum

(lectio spiritualis)





sol sistere


quero economizar o tempo
convidando a roupa à lixívia
inverter o fio da navalha
e a chama intensa da fornalha
e não poupar as solas dos pés
ou ter pouso no bengaleiro
só e amorfo que fique anónimo
só aquele que me esqueci de vivê-lo

São pequenas conchas
que depois se vão tornando apenas lisas.

quero ser peça em bruto
que as minhas mãos molhadas moldem
na tábua giratória da alma
que os espíritos me mostrem as palavras

que se contempla no fundo do poço
senão a parcela trémula fora de órbita?

a lua ingénua
o falcão de porcelana à beira do rio
corpóreo o éter
o mastigar da luz
ao fim do murmúrio
águas transitórias quimeras
dos veios pigmentos
as formas femininas do solstício


o desprendimento é necessário
dos objectos mudos do ritmo
para o primeiro raio de sol assistido
na respiração silábica do abismo
ser tudo

e é nesse momento que o astro
que és tu
pára



sexta-feira, 26 de junho de 2015

Confesso de um crime não cometido


Enquanto o sangue não me escorrer pelo rosto
nada disto me faz o gosto.
Alfinetadas de consolo
do nevão de se ser avião e aterro
Exaustão. de notícias breves e agastadas brisas
diz-lhe num tom agastado que nada disto é certo.
Grotesco, angélico, falecido, devolvido.
Um caminho em aberto.

O meu chapéu tem três rostos...
Sob a folhagem meu corpo degrada-se.
Ao lado da minha sepultura há-de estar uma coroa
que eu nunca usei.
Mas a ilusão sentimental de que reinei
às cavalitas de um sobre escrito flutuando depois
tudo o que foi peugada celeste
e calcorrear de monóculo em monóculo
o pendão sem ensaios
desse lençol que nos cobre a todos uniforme

Enquanto o sangue não me escorrer pelo rosto
tudo isto me parece torto.
à sua abnegação e estímulo
o sentido da linha estrutural
notas altas veleidade do originário:
para prefaciar a vida de agradecimento
só podia ser a notícia do fim
do fim ao início
de todos os dias mais um dia do fim já sem início

...

Padre eterno complacendo
o objecto desaparecer
que no céu estais descrito
como se o destino fosse lido
-mas no céu está apenas a contemplação

Mãe sagrada cheia de graça
para chegar completa
no pulso águas de mar revolto
a golpe de navalha ao pescoço
de parte imóvel uma ideia
de que somos capazes
lianas capazes de amar
e se for preciso e para isso
matar
-mas no teu ventre está apenas uma ideia
ainda a germinar

Enquanto o sangue não me escorrer pelo rosto
tudo isto me parece pouco.

As sombras do passado


A peça:
A saia tricotada de prosa.
da envergadura uma versão cinematográfica
porque à noite não temos sombras
No ecrã, o grande solitário da fé
talvez um monólogo na escuridão.
O pedantismo de ser gatuno
ou estar de luto pelo fio condutor
de um pedaço de pele silvado no tecto
antes estrelado por uma escotilha
e uma esteira, medalhão, salão em azulejo
a fantasia nos prende na visita
amalgando o espaço num todo vivo
para de um palácio a amplidão do domínio
de maus ventos, que sacodem o pano
e entregue aos seus fantasmas
reconstruir o que o fogo devorou.
Porque é salutar que o coração possa mudar,
que os actores sejam despidos de papéis
do roçar de si almas nos cafés e  carroceis
moinhos de papel de antiga civilização
que sai por aí de vida na mão.

Do lugar vazio:
o pensar tem tantos assentos
e numerosos arruamentos
jardins refundidos de luz
para no separar do detalhe
ao solo sagrado se entregar

Do fim:
e quando brocas eléctricas
escavadoras e licenças
abeirarem-se de mim na boleia
ao escroque de uma voz anasalada
tom apologético de um mestre de suspense
e a última rainha desancorada
para as ossadas marcadas na cruz
dando a impressão de ter sido sempre desabitado

Está ainda alguém:
mas a maçaneta da porta deitada no amontoado
reflecte a sombra de um espectador
artéria quase morta, pó, gás inerte
o cheiro da demolição que por aqui fica
e seus pés pisando o alcatrão
para num último louvar
os heterónimos quem são - todos nós...
Quem chora pelo fim do teatro.


quarta-feira, 24 de junho de 2015

morir de pé



levar o pão à boca
o homem que conhece o seu assassino
para ter os miolos em forma
fiz de mim lugar-atinente
porque há que ter os nervos bem domados
de amor e ora ora
a vida se enamora
atónico um sorriso de gaiato
a tiro uma pistola de alarme
ao serviço da pátria infância
vaiando-me memórias amarfanhadas nos bolsos
e do serão batalha naval e às vezes de casal
saltam os botões do tal canal
o sol aos quadradinhos preguiça
a minha mãe estendendo roupa no estendal
minha irmã vestindo bonecas de avental
meu pai fumando cigarros à janela
de fortes consoladoras persianas
quartos que dão para marquises.
furtivos pingos de lágrima
escondidos
corações ao alto
do silêncio dos hoje asilados
Ao poente da nossa vida.
desmaiadas aquelas coisas
dragões da velha china, de baque surdo
noctívagos de ar livre, findar desse buzinar
dos fantasmas que nos levam o sono
porque o farolim tem olho míope
do desequilíbrio de zonas móveis
o herói do dia aquele que se revolta
não contra a força atómica e sim contra a gelatina
São os votos volvidos
de toda uma passagem de ida sem volta
aos primeiros degraus, vulto ainda rasteiro
depois, lívido de circulação, transbordo rugoso.
Mas aquela pureza de fé. Aquele querer ainda estar de pé.
do despertar da cogitação arrastada
talvez medicação ou degradação celular
do embaciar dos vidros
o latido
de quem ainda levanta cabelo
por um cabelo no prato de cozido.

A cancela do pensamento
a côdea do coração desbotado
aos dias de agora que se demora
ter a mão no corrimão
como honra absoluta
de se travessar sozinho
essa última luta


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Afro dizia


Faz tempo que um fosse estanho e barrento
tornado de alegria de me encostar às portas
e não entrar
e meados de ser espécie de fardo chumbo
e não cair
ao respirar atarantado arfando citadino
e nunca estar
do arrebatamento da alma in vitro
e não sentir

Faz tempo que tudo é ruir
e o fulgor dos olhos no parapeito muralha
deus a matar antes do tempo
por brincadeira
e um novo soluço de passos perdidos
retendo a respiração meus passos
do coração violento tímido me fraterno
a uma estrela pura o apóstrofo
de todos os dias sermos assaz distância
apaixonando a contemplância

Faz tempo capaz de levantar um morto
de boa-fé arrebaldes desatando em coro
feito de encomenda prosaico
e talvez ainda miniatura de algo
encarniçados preâmbulo de nos ocultarmos
de cada vez que cai um pixel
que por seu turno larva possa ser quadro
e gotas suspensas de tectos que não pingam
do sagrado corpo o ouro lento fundição

Faz tempo
e silhuetas envoltas em mistério



quarta-feira, 17 de junho de 2015

servir-nos a pratas



O tom inigualável som choro aquando
duas guitarras claras de móveis familiares
quem sabe um automóvel alta baixa herdade
servindo-se jantar a duas patas em solidariedade
Há tanta coisa que não sabe...
E mascarilha no rebordo
andamento de por em porto
fechada a  casa dos ferrolhos
acerca dos objectos que nos findam
ao contrário teria sido...
oh mas místicos dão o aproximar
que tudo há-de acompanhar-me
Do poder da irradiação irritante
claridades repousar
e abrirmo-nos à cor
do pano branco de ser-se caminho e pranto
e abrirmo-nos ao objecto humano
De uma repulsa radial os amo
há um anel radial junto à alma
a força afirmativa junto à palma
O todo significado da terra da pro missão
dou-lhe verdade a beber
e aprendiz de leitura protectora
Hoje. Também se chora por hoje.
E o que há a condizer de cerca a balança
e o que há a dizer de uma insólita
alavanca?
somente a visão da esperança.


sábado, 13 de junho de 2015

para que servem os títulos?



fosse um estranho ou um esquecido
e passar a barreira tornado de alegria
me encontrar ás portas de meados de ser
espécie de fardo de cair sobre a lua
respirando,atarantado citadino
arrebatando de vivalma o esquadro
o estorpor de olhos sobre a muralha
se deus me matar agora, tempo de soluços
e romances mundanos de emoção e susto
uma estrela pura, apostrofrou
assaz energético na distância
de um verso que parece absolutamente autista
capaz de no entanto levantar a intrusão
tagarelar o morto pose de algo enternecido
mistura de preâmbulo ocultado de luz
criatura interlocutora por seu turno
a mais bela criatura de saturno e única
árvores anfitriãs
calorosas circunstâncias nascentes
de fio a pavio sombras enrubescidas
grilhões de mil vidas
à mercê de ventos que suspiram a desocultação
combativa e derradeira astra impressão de afogar
todos os alfinetes que em nós nos vêm passar
de ângulo a paraíso
do carvão aceso balir
a transfiguração de tudo vir a ser
ânfora a carvão aceso de carnes consumidas
a poética dos olhos transmitida nos momentos tristes
talvez o céu-da-boca seja uma ave à beira do fim

a minha origem é carvão, para ardermos e combustão
de um mistério da impresença abismal paraíso pertence-me?

Adejam asas que não me servem mais


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Absoluto de pé


Andam rostos justapostos, nodosos, tamborilando-me
parecem cachos de deuses que se atropelam na procissão
talvez dias errados onde cada ser singular é estropiado
de material doméstico.
E fazer-se energia emergir a honrado costume
realce e aspecto perplexo, vidraça
de todos sermos modelos em potência bagagem
Mas, planos gratos que connosco convivem
inebriados de impacientes rios negros
o céu sombreado de esqueletências
Nós somos conduta por vasodutos lógicos
macilenta e oxalá a tempo da falta do anseio
E é pueril a bengala e o baixar dos membros
a tormenta coluna enegrecida de fumos
mergulhando-se piedade vulgaridade- cinzas
Quero, Deus, fisionomias de simpatia
dilacerar-me fenecido de vestígios
e nunca arrepender do fulgor.
Que se cruza,

que estamos de passagem debruça-se
sobre os costados de uma alma vagueados
e repousar neste peito viagem
usufruir de toda a aroma atmosfera
a partir de pé.

Absolutamente ninguém.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

ditado do embriagado


Eu corei. A propósito de todos os tinhados. De maior frequência
a cair de doença uma noite inteira. A vantagem sobre o exemplo
Ponto final e exacto. Oh senhor, andaimos de eloquência.

soluços dez a abafo



Diz que o sol é maior que o homem
em pó ideais forasteiros de nós
contam-se milénios daquilo que almas
solicitam. Que a cintilação lhes rebenta
exactamente no coração. E depois cinzas
de velhos arrefecidos de tinta. Irreversível
o fogo novo sonhador solicito. E aniversário
faz anos um morto. Vagueei pensamento
e do alfinete que promete o servir exacto
a linha se desfiando de hidratação enzima
e imediatamente rir. Vá lá de que nos serve
a pele que não nos veste? E arranjar um novo hóspede bastante ortodoxo.  É a física
faladora palavra puxa saliva. Desgostosa da altura e em vez de histórias.  Me apetecia
falecer. Mas saltar de um tal modo poltrona
e encadernação que nos livra da próxima
reencarnação.  Já não é preciso pois não?
Sem dúvida que as pessoas podiam ser poetas mas dá muita dor de cabeça.  Do camarote andam a ter piedade do intelectualóide.
Nem quero vincular tal desdenho.

domingo, 7 de junho de 2015

a morte contada assim...


 um homem agravado pela miopia
a luz o progresso cambaleando
seria a divagação
se penteia com dentes de tartaruga
a sombra do astro o único espelho
escuta a dor em vez do chilrear
e a formigação em vez da trepidação

era um homem dez vezes maior
cujo esqueleto curvado alcova
e as gentes que o sentia chegar
temia o mal numa correria trinco
o pavio da lamparina apagar
as panelas se sossegam ao lume
e as mãos se recolhem na reza

Santa Mãe Terra de mil filhos
deixa que viva mais um ciclo
encaminha e afasta a agonia
vai a passar a gigante morte
que pela nossa porta não pare
que pelas suas mãos não ceife
tudo o que a nós destes vida
para que as gentes semeie

e um dia o gigante homem
deixou mesmo de passar
e as gentes se começou perguntar:
-E agora qué feito da nossa hora?
As gentes não sabe o que fazer
a tanto tempo alheio de viver
as gentes não sabe o que fazer
quando a morte não lhe vem colher

havia os eufóricos claro
os sem medo do medo que antes
tudo era razão para não viver
mas os que sofriam
os cansados, os satisfeitos
os finalizados, os perdidos
e os acasos que afinal serviam...
querendo partir não ser capazes
 condenados a morrer sem morrer
e a vida não mais como relíquia
apenas um castigo de ficar por ali
 falecendo
num tempo sempre o mesmo

então as gentes se reuniu e pensou

as gentes tomou livre arbítrio
e criou um tribunal do juízo final
dos mais gentes os escolhidos
para ser decidido as suas horas

e foi, foi ver
uma certa miopia a chegar
e o corpo a crescer sem parar
 gigantes gentes cambaleando
tomando a morte como vontade
e toda a mais pequena lágrima
ou chamamento era cumprido
e afinal viver era fácil
se não fosse a morte chamava
porque as gentes é que sabe!

e as gentes se reuniu e chorou
e chamou por algo maior
algo que não fosse gente
que ninguém conhecesse
que não fosse entendido
para poder sentir o alívio
de viver sem compreender
o mistério de estar vivo

A morte.
Ad arbitrium.








quinta-feira, 4 de junho de 2015

conscientia mala



tinha na mão um regador-poção
do paradigma resiliência de querer
que a escolha o tolher do nascimento
a cada folha que de nós virá rasgar
e lambarar até à última impulsão,
estátua de mandrágora murmurando,
cristalizar da azáfama num trevo tríade
o estado de se nomear premiado
de se ser visitado adormecido
nesse jardim de cinza muda e tardio
fiar nossas vidas e quebrar do ciclo

e das costas apêndice membranoso
começando em arco prolongamento
para toda a  ligeireza, ramo e ala
pairar sobre o lago frio das almas

e das pernas cascos engrossando
o movimento se libertando da pedra
diurno e campestre, de vestes musgo
da paranóia secreto elevar encantado
todo o mal enraizado na profecia
de aceitar o homem aceitando o animal

 grande mãe
a quem cabe comer-lhe o coração?

Tinha na mão um regador-poção
-e a dentro engolindo tudo mundo limpidus



bacula sacra



temos grilos no peitoril delicodoces
cacimbando sussurros em aramaico
e um helénico pescoço homologado
por macias mãos enamoradas
temos pactuado com feromonas
que nos têm atraiçoado acabrunhado
e no esgar de um sorriso ofuscar
todas as coisas que não são abismo
porque para trás morre gente triste
e à nossa volta acessos melancólicos
de uma inebriante felicidade que não sente
toda a ventura expiatória que nos estreita
a uma única moratória num único peito
- Me telegrafar, podes?
de um ponto morto do altar
violeta, grossas lágrimas de proveta
e nos sujeitar em auroras de promessa
experiências sob o domínio do sonho
e beijos transfigurados versados no espírito
...todos os dias, um poema por vir

-Sempre detestei ver pássaros em gaiolas
e aqueles que apanho afogo-os
em tratos extremos de primeiros socorros
Mas talvez os grilos que cantam...




segunda-feira, 1 de junho de 2015

tormentas operativas



Com o arrastar de uma pandeireta
as oscilações de pax vobiscum
na fronte lento e sinuoso um odor
repassado da tristeza coalhado
peneirando
Facho, facho de luz e lambe cus
o espírito culto e subtil
de instantes sufocados e resignação
a mais vil das criaturas reanimada
por uma íntima porção de amor
e favor quem sabe a si mesmo
Serei paciente que mim a mim chegue.
Tête-à-tête o sol que nos acontece
que vidraças de certas derrubadas searas
o rugido ecolerizado devoto
de velhas curas gradeadas de retorno
E vir a lume uma vida de internato
pelas alterosas vagas do futuro
dançam-lhe zumbidos desamparados
e nunca o baile lhe soou tão perdido
...a sala rodou à volta
Tonta de momentos de fox-trote
e golpes de champanhe borbulhante
-sua luta perante o adversário
sem nunca sair do armário

o copo vazio na bandeja



As tochas que me afogam os universos
foram talhadas à influência sem guarda
estágios fatais de formigas sem carreiro
ou de beatas agora atarantadas com medo
-o seu génio não devia ser confundido
à demonstração de grunhidos cuspidos
tal a psicopatia das crianças que brincam
de esconde apanha em quartos escuros
e como naco de pão aventado ao chão
da profusão que nos orna de jovialidade,
a respeito dos homens que se assumem.
Da clareza impecável as mãos que soluçam
a dignidade de uma além dor
ortónimo sem marcação fantasma
e finalmente a pantomima de laços sagrados
aos condenados do silêncio réditos zero
repetindo, repetindo-se, repetindo-nos
uma corda musical que se deixa por vibrar
e uma ardósia do perdão desde o tempo de escola
para mais tarde se alojar o traço que seja esmola

e se fala então para dizer que tem dor
guaritar a caneta e num til ondulado
indagar afinal pasmado
da sorte extraordinária
de não mais estar calado

Oh terra fértil sem mais flores
o estorvo vulgar do hóspede amputado
do reino dos desfiladeiros a mão que lhe treme
e teme e duvida,
do que escreve