sábado, 27 de junho de 2015

39 chibatadas e mais uma



que o tempo de ser inventado é pouco
em termos hierárquicos o cabo dos trabalhos
há que deixar a marca do rabo no soalho
e palas nos olhos para o caso de iluminado
e andam atarantadas as mães preocupadas à toa
que o que se leva desta vida é a boca cheia
há que dar descanso a tanta canseira
já lá vai o tempo da panaceia utopia
agente agora quer é pinga e patanisca
que o tempo de ser inventado é pouco
os fumos da máquina são lucros
e à falta de troncos queimam-se livros
os putos querem é vitas, in ps veritas
os jovens querem é guito, in imigra visto
e os velhos querem é descanso de tudo isto
mas o tempo de ser inventado é pouco
pica-se no peito um zangão mutante
curto circuito apagão relevante
daqueles que incomodam o andante
e a oração em latim no programa
a representar o exorcismo futurama
para que as bestas sucumbam ao ilegível
e a nação seja uma serena união
tudo quieto a ver a televisão
mas o tempo de ser inventado é pouco
antes sermos fantochada barroca
ou um belo exemplar de najas
um palhaço alecrim de garridas lágrimas
que ninguém se queixe do lombo dorido
ao ceder das chibatas realistas
fazermos troça ao espelho com estilo
que o aviar de pancada é pouco
é preciso é chegar ao osso
é preciso em analepse termos sido morto
e esforçar-se pelo equilíbrio
do desaparecimento em pleno acto mágico
abracadabra já cá não está nada

que o tempo de ser inventado é pouco
e o que sobra é para os loucos

é preciso ferros em brasa pelo cu acima



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