sábado, 16 de janeiro de 2016
algoritmo de deus
a sabedoria permanece dormente
foguetões a mandriar pelo espaço
que sabemos nós do para além?
o mistério de um charme hipnótico
a conduta pelos veios do labirinto
o coração há-de ser comutador
nunca se repetir a mesma combinação
e o olhar há-de ser vasto extinto
no arame, o pavio, a ventilação
no limbo milagre da multiplicação
tudo é concha de lúcido abrigo
o claustro, a clausura, o céu, a lua
as excitações da carne um sem sentir
pousar, passear na crosta frígida
os dias mortais podiam ser poesia
desvanecendo-se a imensa planície
em passos lentos acromáticos
de alguém com direito à solidão
há uma peça oculta dentro do cubo
colapsamos à velocidade do vento
esse parapente egoísta de querer
ser para além da vista, envelhecer
um deus microscópico ocultista
fundindo-se a morte informulada
as portas do futuro tridimensionais
as linhas compreensíveis do tempo
longe de um reino subterrâneo
somos viajantes de mutação notável
porque temos nas mãos, no destino
a força centrífuga do coração
a mim me soa viver como peça solta
e giratória, a trajectória desconfiguração
nunca a lógica me levou a um padrão
ou poema seria matriz para descrever
mas o ciclo serve melhor o poeta
não fosse o poema um cubo mágico
procuro ainda a configuração mínima
para nas palavras certas abandonar
a mensagem mais perfeita de deus
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