quarta-feira, 5 de agosto de 2015
e toda esta ira intrépida
curvas e contracurvas de alcatrão em estrada
andar pelo prado, seguir os fios eléctricos
rajadas de vento incómodo em sinal de protesto
na cancela do equilíbrio um corte natural
estampado de flores um poema estando só
para dedos esguios pautados de nylon
mercurocromo em bocados de carne
o polegar pedindo a ignição
somos matrículas de ferro-velho
o miar aflitivo de um felino automático
a tarde de sol chega ao final
os freios accionados
para o abrir-se de um silvo
como gerador
os espaços entre as casas são linhas nos mapas
viajar no silêncio
depósito
esboço histórico de origens
república social numa ideia perseguida de conquista
tinto de sangue
crer fatalmente nas ruínas
que pode formular um órgão?
gigantes de espadachim
a fé sagrada dos ramos enérgicos
acessórios de família
o abuso das perspectivas
a vaidade do imaginário
tudo bons instintos
o palácio das musas
alva nascente nos vitrais da mente
carácter dominante
plúmbeo de coisas ocultas
quando se queima um filósofo na fogueira
a origem divina nas colheitas
o grito proveniente da utopia
recusa e recusará
a condição orgânica
conduta
quando a bruma da cinza mortal
cedendo à corrente ímpea da vida
o alimento da obra de deus
e rumores sinistros
impassibilidade glacial ou glacial patriotismo
a sinergia das convicções
chefe de seita
à Minerva
primo, secundo, tertio
desmaiar no ar dentre braseiro
arruaceira caveira distinta
Dominios, Dominós
o vigor da natureza
azedou-se pouco a pouco
as fases degradantes da ruína
pecados sem freio de um espírito limpo
animal bravio
o atractivo da maldade
se declamasse contra a tirania
praguejar
a expressão brutal da fraqueza
pregar contra os rigores
irmãos infelizes
agente secreto do império traçado
no coração o triunfo das matérias informes
o drama animado da obra revelada
em nome da emancipação dos povos
o comum amor pela liberdade
sou órfão, sou exilado, sou paz
um perverso assunto grave e sério
as palavras desfilando figurativas
esse modelo de pessoa que habita a terra
varrendo para debaixo da pele
a rebelião tem o sabor amargo da solidão
o movimento popular a chegar à hora
e como um bom perdigueiro de caça
escudo para servir de bandeja cabeças de sedição
a ventilação das nuvens
biombos no lugar de portas
poltronas e cambalhotas
o amor fendido em cólera
para dominar a impaciência
o pensamento inteiro e inquebrável
amar aos seus credores
enforca-los na assimetria
de um homem do mundo-fúria
afrontando a morte e o exílio
o duro e frio egoísmo das acções
ao caçador furtivo, o caçador negro
ao som da sua trompa
almas colhidas pelo medo
que sabeis a respeito?
emendai o espectro que nos guia ao abismo
singulares efeitos acústicos no peito
-grito
explorar da superstição de nada
néscio de tamanho médio
ácidos e mordentes
sob o escarlate inferno das alamedas mentais
"Hic motus, atque haec certamina tanta pult is
exigui factu compressa quiescent"
se deitarmos um pouco de areia...
como castelos na areia...
o mar cessa por ti...
as grandes vigas do conhecimento
vergando-se os efeitos do instinto
a faísca razoável das coisas
ao anunciar surdo de uma morte próxima
do mundo
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