Pedaços de partes que partem sem darmos por isso. E a água corre pela terra a dentro. De volta a ela, como filho ao ventre. Tudo tem um sentido e um movimento que lhe assenta bem. Se nos deitássemos por momentos na mão de Deus e repousássemos o espírito... Como um colo dado a um tolo. Só os tolos precisam de amor? Ou só eles acreditam nele? Vejo que um anjo me pergunta a idade? Sentado na minhas costas..respira em comunhão com a terra. E eu também quero estar assim. Em paz. E as nuvens cinzentas baralham-se no céu. Cobrindo e envolvendo a imagem da perfeição. O piano toca insanamente. E o calor infernal toma-me a pele. A queima por dentro. Levemente, ele deixa-me cair. E a queda é rápida e dolorosa. Sinto cada parte de mim quebrar-se no embate da terra. E sementes regressam a ti. Pecados apetecíveis passados em horas contigo. O carrossel da vida, circulando colorido pelos momentos em espiral. Os meus dedos percorrem os teus. Procuram o rosto dos desagregados. Deixados ao acaso do caos instalado. Ah Chopin nocturne, é assim o amor no teu corpo. Leve e triste e terrivelmente tentador!
E o anjo pergunta..onde deixaste o teu coração? E eu respondo..na mão de Deus!
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