quarta-feira, 27 de março de 2013

Vida de Insecto


as memórias são flashes de sensações remotas,
sem resíduo diurno,os silêncios são devotos

ca dentro tudo se cala, declina ao absurdo
atrasada penetrância de uma suave fragrância

sinto no corpo do outro o perfume do estranho
quero entrar, não quero deixar,
quero voar, não quero largar

escapam-se vozes sem contradição
disparam-se defeitos  contra muros de betão

a paralisia encara de frente a multidão
clicks em formas de susto, o medo alimenta a custo

cortes, abusos, surtos de engenhosa capacidade
 na vertiginosa cidade que nos ensina sem método

o ponto da imagem que não sustenta o corpo,
 a fuga da persistência no sonho

passo a passo, o recuo é gravidade, ao centro perfurando a origem
sinto vertigem em tudo isto, o buraco é mais fundo quando acredito

são voltas sim senhor, nas voltas do senhor, às voltas por favor, não voltes

paz.. é tao dificil sossegar, o sopro no zumbido da inquietude em aviso
tenso..doloroso,é um processo extenso, demasiado pesado, em suspenso

fecha os olhos, dá-me colo,avisa-me quando for a hora de partir...


deixa, deixa que aconteça,hum, deixa  deixa que aconteça

 em viagens, em queda sem rede, são teias
conjugados trapézios de sedas perfeitas
 baralhados em piruetas de volumes perfumes

deixa, deixa que aconteça, deixa, deixa que aconteça

já coleccionaste postais em branco? quero ser o destinatário
sem eco pelos cantos é barraco sem tecto,
avança escuta avança escuta
é vida de insecto, é vida de insecto

em viagens, em queda sem rede, sao teias
conjugados trapezios de sedas perfeitas
 baralhados em piruetas de volumes perfumes

deixa, deixa que aconteça, deixa, deixa que aconteça

atraído envolvido pelo entulho do mundo,  
é profundo afirmar: como é lindo estar vivo!
avança escuta avança escuta
devagar, hum hum hum  devagarrr

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