depois a mulher mergulhou as mãos
e levando ao rosto água e sabão
ao espelho dando um jeito no cabelo
hoje seria dia de vê-lo, junto ao muro
lá está o castanheiro cravado a seixo
o coração meio tosco e marcado beijo
é hoje que te levo ao fim do mundo!
ouvindo falar de um lugar de absurdo
onde os sonhos não passam de tudo
se vieres prometo nunca mais serei
o mesmo, que por quem te embeicei
nem eu mesmo mais eu sei, doçura
como os teus beijos são loucura sã
e as tuas pernas obra de satã, miúda
os anos trouxeram-te a brancura lã
meu calvário é ainda, a hora partida
deixando-te ao ramo verde e ouriça
que à mesma terra voltaste escolhida
Minha amada A.
Espero por ti no muro ocidental
às 3 horas para partirmos de vez,
desta vez será de vez
tua promessa,
S.
Sem comentários:
Enviar um comentário