domingo, 6 de julho de 2014

Porque é que há sempre buracos?


são as toupeiras do sonho
que pela noite dentro
esburacam

identidades do submundo
abrindo túneis do abstrato

me deito ao chão do inferno
o céu é um tecto incerto

intermitências do pulso
que só se sentem no escuro

escavando subcutâneas
as redes da verdade

o veneno da própria sede

nascem buracos do chão
e os meninos que sonham
perguntam:
-será que há toupeiras
no alcatrão?


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