sexta-feira, 11 de julho de 2014
De boleia na teia
diz que foi o Demo
numa noite a roubou
conspirações da matéria
do coração um robot
dos braços o charriot
no estendal da preguiça
a alma da rapariga
na curva apertada a mão
que a leva de novo à estrada
e de que lhe vale
ter-lhe deixado a lágrima
nessa mochila carregada
à sua imagem quebrando
a vértebra da maldição
noite após noite andando
a velha da mesma canção
como alma penada
o Demo
tem mel na voz
e fel na foz
labaredas de colo
e voltas de engodo
o Demo
mostra a má língua
bate a porta à saída
sem levantar o dedo
deixa tudo do avesso
O Demo
fez dela lenda rainha
um castelo e uma teia
depois, como quem tira
alforria faz-te à estrada
a rapariga que pede boleia
à vida emprestada da aranha
diz que ainda se vê na sombra
a silhueta do Demo espadaúdo
de mãos dadas no escuro
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