quinta-feira, 11 de abril de 2013

Abençoado seja este vinho. Abençoado o ceguinho.
Tu é loucura meu anjinho, e eu sou só um pé de cabra.
Como vibra a corda da guitarra, neste fado suicida
A minha única Lisboa, lá fica perdida e só madrasta.

Diz ao fado que eu parti, diz ao café que é calote,
qu isso importe, que não pago  que sou pobre.
Se passares à minha beira, não me olhes com pena
qu eu sou mais e além, para trás, cais e desdém.

Ah como sou inspirada, pela tua palavra pessoa
para enfeitar o meu caminho, quero rosmaninho
e no gosto assim torto, beijo no altar do monte
emigrante horizonte, tão longe e desassossego.

Leva-me saudade, desta terra de mortos-vivos
antes que eu assombre, o último deles nascido.
Venturosa nação, que é feito meu coração?
mentira a felicidade, é nunca eu ter nascido.

Jura meu amor, como mentes com desdém,
essa pedra dessa rua, não é mais uma promessa.
Sinto escárnio e catarro, sou lamento morte lenta
vai depressa anjo meu, vai na volta leva cem.

Por isso, por tudo isso, porque é só isso,
não tenhas medo meu menino pequenino
ainda há estrelas, que vigiam as esperas
velas que iluminam as escolhas e os poetas.
(ou as canetas e as folhas)















Sem comentários:

Enviar um comentário