Para ti que lá ficaste junto ao mar, aquilo que esqueci de te dar,
fui como onda que veio e voltou, mais qualquer coisa que lá ficou
como podia dizer-te se não sabia, nem bem a mim me conhecia
como podia ser simples se tudo em nós é dito assim com agonia
E o tempo voou, e só o mar foi sempre igual
e o remoinho, e esse inferno
que tens por dentro, igual ao meu
e tudo a onda levou, e só o poeta ficou igual
Como é bonito o teu verso
E o mel dos teus olhos, e a tristeza que acolhes
Como foi que deixei, esse tesouro
à mercê de qualquer vulto
se não podia ser eu a sereia do teu livro?
se não podias ser tu o orfeu do meu destino?
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