Subiu ao palco
como um abraço
sentiu um estalo
feito de amargo.
Olhou pro lado
ficou descalço
desceu ao meio
seu embaraço.
Esta é a história
de um palhaço
um pouco calado
até distraído.
Até que um dia
subiu ao palco
gritou bem alto:
estou sem vida!
Então irritado
sentiu um estalo
olhou pro lado
estava isolado.
Como um abraço
feito sem história
tirou o laço
porque é de dia.
Foi pro trabalho
meio acordado
deixou de lado
qualquer atalho.
E lá sentado
meio amargo
sempre calado
estava o parvo.
Só ele ouvia
e até ria
com ironia
não percebia.
E são dois pontos
ou dois assuntos
ou dois lugares
ou nenhum par.
O parvo é tonto
o palhaço é outro
e neste ponto
tudo sabe a pouco.
E neste ponto
feito sem história
sem um abraço
ficou o tonto.
Senhoras e senhores
aos vossos lugares
dentro de instantes
vai começar.
O quê? Não sei
Tu sabes? Eu não
É de graça
presta atenção!
Era uma vez um País
e dentro de um país
um pedaço de giz
e uma torre que eu fiz.
Não, não é assim
essa eu conto pra mim
senta-te aí
que eu já me perdi.
E lá sentado
meio aparvalhado
olhava fixado
um palco estagnado.
Só ele ouvia
só ele sentia
sem embaraço
lugar descalço.
Eu quero um palco
sem um palhaço
E quero um abraço
até meio parvo.
E descalço ou aparvalhado,
eu quero apenas um sorriso!
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