Conjuga me no condicional, abusa do banal
e se eu for só isso, e se amanhã me bastar
apaga-me desse registo
tal como foi agora, uma puta de uma tecla
bastou por engano, e foi todo o poema!
foi castigo por ter dito, vai embora parasita
raio de tecnologia, facilitismo erróneo
se estivesse num caderno, só o lume
ou ser perdido, talvez nenhum acontecido
e perdeu-se da memória, tal como pedido
arrepio por incrédulo, que as palavras são
enfim a força de um universo paralelo
autónomo de mim, a que devo devoção
irritação! foi traída pela pressa
é que elas vêm com atropelo
instantâneo modo de escreve lo
e se não apanham a linha
fogem como peixe na rima
banal, e se tudo o que ficar
for apenas o que me bastar
anda procura pela tecla
enfim resta apenas apagar...
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